O outono toca realejo
No pátio da minha vida.
Velha canção, sempre a mesma,
Sob a vidraça descida…
Tristeza? Encanto? Desejo?
Como é possível sabê-lo?
Um gozo incerto e dorido
De carícia a contrapelo…
Partir, ó alma, que dizes?
Colher as horas, em suma…
Mas os caminhos do Outono
Vão dar em parte nenhuma!
Mario Quintana
(Poema publicado originalmente no livro Canções,
(Poema publicado originalmente no livro Canções,
retirado de Poesia Completa – Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2005, p. 131)