Por isso o canto dela acorda cedo
E vai rolando com veemência tanta
Que enche as grotas, os campos e o arvoredo.
Desce aos vales, penetra na garganta
Da serra e acorda a pedra do rochedo.
Parece que da terra se levanta
Um punhado de pássaros com medo.
Em chispas de ouro e vibrações estranhas
Vibram clarins nas notas derramadas...
Estilhaçam-se taças nas montanhas...
E o sol, seguindo o canto que se alteia,
Deita fogo na poeira das estradas
E põe pingos de luz nos grãos de areia.
Olegário Mariano
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