quinta-feira, 31 de julho de 2014

A Nega

Tarsila do Amaral, A negra, óleo s. tela, 100x80, 1923, MAC da USP

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Baianas, 1979

Baianas, 1979 Armando Romanelli ( Brasil, 1945)
Óleo sobre tela colado em eucatex, 20 x 20 cm
Coleção Particular

terça-feira, 29 de julho de 2014

O Bandeirante

Domingos Jorge Velho, o bandeirante (DETALHE)
Benedito Calixto (Brasil 1853 — 1927)


Benedito Calixto de Jesus
(Itanhaém, 14 de outubro de 1853 - São Paulo, 31 de maio de 1927) foi um pintor, desenhista, professor e historiador brasileiro.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Moça com Livro - 1879

 Moça com livro, 1879
José Ferraz de Almeida Júnior
(Brasil, 1850-1899)
óleo sobre tela
Museu de Arte de São Paulo

domingo, 27 de julho de 2014

Paisagem, s/d

Paisagem, s/d
Francisco Rebollo Gonsales (Brasil 1903-1980)
Óleo sobre duratex  46x 33 cm

sábado, 26 de julho de 2014

Noturno


Têm para mim Chamados de outro mundo
as Noites perigosas e queimadas,
quando a Lua aparece mais vermelha
São turvos sonhos, Mágoas proibidas,
são Ouropéis antigos e fantasmas
que, nesse Mundo vivo e mais ardente
consumam tudo o que desejo Aqui.

Será que mais Alguém vê e escuta?

Sinto o roçar das asas Amarelas
e escuto essas Canções encantatórias
que tento, em vão, de mim desapossar.

Diluídos na velha Luz da lua,
a Quem dirigem seus terríveis cantos?

Pressinto um murmuroso esvoejar:
passaram-me por cima da cabeça
e, como um Halo escuso, te envolveram.
Eis-te no fogo, como um Fruto ardente,
a ventania me agitando em torno
esse cheiro que sai de teus cabelos.

Que vale a natureza sem teus Olhos,
ó Aquela por quem meu Sangue pulsa?

Da terra sai um cheiro bom de vida
e nossos pés a Ela estão ligados.
Deixa que teu cabelo, solto ao vento,
abrase fundamente as minhas mão...

Mas, não: a luz Escura inda te envolve,
o vento encrespa as Águas dos dois rios
e continua a ronda, o Som do fogo.

Ó meu amor, por que te ligo à Morte?


Ariano Suassuna

O navio cheio de bananas

Paisagem, maresia
azul e bananais!
No porão do navio,
o ouro dos litorais.

Fruto de um paraíso

Bananal, 2003
João Werner (Brasil, 1962)
óleo sobre tela, 60×80 cm
de mormaço, num alvo
formigueiro de sal
entre negros trapiches.

O horizonte derrama
cal entre as bananeiras.
São roupas de operários,
cantos de lavadeiras.

Como as bananas verdes
à luz do cabureto
logo ficam maduras
quaradas pelo sol

de uma falsa estação,
assim este cargueiro
esplende, no terral,
seu cacheado tesouro.

E o panorama é de ouro
E o dia sabe a sal.

Os melhores poemas de Ledo Ivo, seleção do autor,
Rio de Janeiro, Global Editora: 1983, 1ª edição.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Ariano Suassuna

Caricatura do mestre Ariano Suassuna www.sergiobgomes.wordpress.com

As Palavras

Homem escrevendo, ilustração, Oliver Ray
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,

nas suas conchas puras?

Eugênio Andrade


terça-feira, 15 de julho de 2014

A Canção dos Tamanquinhos

Detalhe do quadro de Van Eyck, O noivado dos Arnolfini

Troc… troc… troc… troc…
ligeirinhos, ligeirinhos,
troc… troc… troc… troc…
vão cantando os tamanquinhos…

Madrugada. Troc… troc…
pelas portas dos vizinhos
vão batendo, Troc… troc…
vão cantando os tamanquinhos…

Chove. Troc… troc… troc…
no silêncio dos caminhos
alagados, troc… troc…
vão cantando os tamanquinhos…

E até mesmo, troc… troc…
os que têm sedas e arminhos,
sonham, troc… troc… troc…
com seu par de tamanquinhos…

Cecília Meireles

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Travessa

Lendo no bosque, Ferdinand Heilbuth ( França, 1828-1889) -
aquarela sobre papel com detalhes em guache, 24 x 33cm


Ai, por Deus, por vida minha!
Gosto de ti — gosto tanto

Dessa tua travessura

Que não dera o meu encanto,

Que não dera o meu gostar,

Nem por estrelas do céu,

Nem por estrelas do mar!

-

Alma toda de quimeras

Que acordou no paraíso

Vinda do leito de Deus;

E que rivais de teus olhos

Só tens dois olhoos — os teus!

Pareces mesmo criança

Que só vive e se alimenta

De luz, amor e esperança.

Ave sem medo à tormenta

Que salta e palpita e ri;

Não sabes como, não sabes,

As travessas primaveras

Assentam tão bem em ti!

-

Assentam sim, como as asas

Assentam no beija-flor;

Como o delírio dos beijos

Em uma noite de amor;

Como no véu que se agita

De beleza adormecida

A brisa mole e sentida!

-

Foi por ver-te assim —  travessa

Que eu pus a minha esperança

No imaginar de criança

Dessa formosa cabeça…

Foi por ver-te assim. — Que os sonhos

Eu sei como os tem, eu sei,

Puros, lindos e risonhos,

Um coração novo e calmo

Onde a lei do amor — é lei;

Foi por ver-te assim, que eu venho

por em ti as fantasias

De meus peregrinos dias,

Como a esperança no céu;

Em ti só, que és tão louquinha,

Em ti só por vida minha!

(1859) Machado de Assis

domingo, 13 de julho de 2014

A lavadeira

A lavadeira, 1920 Anita Malfatti ( Brasil 1889-1964)
óleo sobre tela, 37 x 50 cm
Coleção Particular

sábado, 12 de julho de 2014

Meio-dia

Paisagem de Santo Amaro, década de 1920 - Anita Malfatti ( Brasil, 1889-1964)
Óleo sobre madeira, 31 x 42 cm - Coleção Particular   

Meio dia. A abrasada calmaria

No amplo manto de fogo a mata esconde,
Na fornalha que envolve o meio-dia
O ouro do sol tempera o ouro da fronde.

Pesa o silêncio sobre a frondaria…

Desponta o rio não se sabe donde.
Só, com a voz da mata, em agonia,
Uma cigarra zine e outra responde…

É o grito humano que da natureza
Sobe ao tranquilo azul da imensidade,
Ungido de amargura e de incerteza…

Querem chorar as árvores sem pranto
E as cigarras ao sol clamam piedade
Para suas irmãs que sofrem tanto!


Olegário Mariano
Do livro: Últimas Cigarras, 1920.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Romero Brito

Romero Britto nasceu em Recife, Brasil, em 1963. Autodidata em tenra idade, ele pintou em superfícies como jornais. Em 1983, ele viajou para Paris, onde ele foi apresentado à obra de Matisse e Picasso. Ele combinou influências do cubismo com pop, para criar um estilo icônico vibrante que o The New York Times descreve ", exala calor, otimismo e amor."

Em 1988, Britto mudou-se para Miami e emergiu como um artista internacional. No ano seguinte, ele foi selecionado ao lado de Andy Warhol e Keith Haring para a campanha da Absolut Vodka "Absolut Art". Sensibilidade pop de Britto, desde então, inclinou-se para muitas colaborações com marcas como Audi, Bentley, Disney, Technomarine, Evian e FIFA, para quem ele criou um cartaz oficial para a Copa do Mundo de 2010. Ele também ilustrou vários livros publicados pela Simon & Schuster e Rizzoli. O trabalho de Britto tem sido exibido em galerias e museus em mais de 100 países, incluindo o Salon Nationale des Beaux-Arts exposição no Carrousel du Louvre, em 2008 e 2010. Ele também criou instalações de arte pública para a O2 Dome (Berlin), Hyde Park (Londres), John F. Kennedy Airport (Nova York), eo Cirque du Soleil no Super Bowl XLI.

Britto considera o papel de um artista para ser um agente de mudança positiva. Ele serve como um benfeitor, doando tempo, a arte e os recursos para mais de 250 organizações de caridade e várias placas como a Best Buddies International, e Hospital de Pesquisa Infantil St. Jude. Ele foi recentemente nomeado um benfeitor inaugural fundador da Harvard "Programa de Negociação Internacional", pelo Dr. Daniel Shapiro, em sua busca para a resolução pacífica de conflitos. Britto também falou durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, e em inúmeras escolas e instituições. No início de 2011, o Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, convidou Britto para criar o logotipo para a Rede Cegonha, um projeto para chegar a mais de 61 milhões de pré e pós-natal de mães e bebês. Romero foi selecionado para servir como embaixador para a Copa do Mundo 2014 no Brasil.



quinta-feira, 10 de julho de 2014

Meninas lendo livro

Meninas lendo livro
Jenny Nyström ( Suécia, 1854-1946)

Jenny Nyström nasceu em Kalmar, na Suécia em 1854. 
Pintora e ilustradora de livros, fez fama com seus inúmeros cartões de Natal e ilutrações para revistas. Em 1865 começou a estudar pintura na Göteborgs Escola de Arte e em 1873 foi aceita na Real Academia de Arte da Suécia, em Estocolmo onde estudou por oito anos. Conseguiu uma bolsa e foi para Paris, onde permaneceu de 1882-1886 estudando. Foi em Paris que descobriu o mercado dos cartões postais que estavam muito populares. Começou a produzí-los e assim entrou também para a ilustração de livros. Casou-se aos 33 anos. Faleceu em Estocolmo, em 1946, depois de uma carreira de sucesso.
Meninas lendo livro
Jenny Nyström ( Suécia, 1854-1946)

quarta-feira, 9 de julho de 2014

terça-feira, 8 de julho de 2014

Café Carioca

Café Carioca, 2008
Sérgio Vidal (Brasil, 1945)
acrílica sobre tela, 120 x 80 cm

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Leitura no Jardim

Leitura no jardim, s/d
Bela de Kristo (Hungria, 1920-2006)
óleo sobre tela, 79 x 74 cm
Christie’s Auction House, Londres
Curta nossa página no Facebook

domingo, 6 de julho de 2014

Mãos: o que fazemos com elas - 03












 













Guido Daniele, nasceu na República Checa em 1950, mas mora e trabalha em Milão. Frequentou o Liceu de Arte de Brera de 1964 a 1968. Depois fez o curso de escultura na Academia de Belas Artes de Brera de 1968 a 1972. De 1972 a 1974 frequentou a escola tibetana Tankas em Dharamsala na Índia. Começou sua carreira de artista visual com exposições solo e coletivas a partir de 1968. Em 1990 adicionou à sua experiência a técnica da pintura corporal pintando o corpo de modelos para fotos, filmes de publicidade, eventos. Com isso conseguiu unir as tradicionais técnicas do retrato, da pintura a óleo e da fotografia, trazendo para elas o conhecimento que tem da escultura, do objeto tridimensional. Em 2000 começou a sua obra MANI ANIMALI [mãos animais] que o projetou internacionalmente.

sábado, 5 de julho de 2014

Mãos: o que fazemos com elas - 02






















Guido Daniele, nasceu na República Checa em 1950, mas mora e trabalha em Milão. Frequentou o Liceu de Arte de Brera de 1964 a 1968. Depois fez o curso de escultura na Academia de Belas Artes de Brera de 1968 a 1972. De 1972 a 1974 frequentou a escola tibetana Tankas em Dharamsala na Índia. Começou sua carreira de artista visual com exposições solo e coletivas a partir de 1968. Em 1990 adicionou à sua experiência a técnica da pintura corporal pintando o corpo de modelos para fotos, filmes de publicidade, eventos. Com isso conseguiu unir as tradicionais técnicas do retrato, da pintura a óleo e da fotografia, trazendo para elas o conhecimento que tem da escultura, do objeto tridimensional. Em 2000 começou a sua obra MANI ANIMALI [mãos animais] que o projetou internacionalmente.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Mãos: o que fazemos com elas - 01



Não, não eram sombras. Mas mãos pintadas fazendo animais ou outras cenas. Achei-as muito criativas. São obras do artista italiano Guido Daniele de Milão. Sua breve biografia encontra-se no final. Coloco aqui algumas das imagens que recebi. É possível que você também já tenha recebido essas fotos, já que essas coisas são virais, se esse for o caso, reveja-as.

Bom Feriado...












Todos os trabalhos são de Guido Daniele.





 









Guido Daniele, nasceu na República Checa em 1950, mas mora e trabalha em Milão. Frequentou o Liceu de Arte de Brera de 1964 a 1968. Depois fez o curso de escultura na Academia de Belas Artes de Brera de 1968 a 1972. De 1972 a 1974 frequentou a escola tibetana Tankas em Dharamsala na Índia. Começou sua carreira de artista visual com exposições solo e coletivas a partir de 1968. Em 1990 adicionou à sua experiência a técnica da pintura corporal pintando o corpo de modelos para fotos, filmes de publicidade, eventos. Com isso conseguiu unir as tradicionais técnicas do retrato, da pintura a óleo e da fotografia, trazendo para elas o conhecimento que tem da escultura, do objeto tridimensional. Em 2000 começou a sua obra MANI ANIMALI [mãos animais] que o projetou internacionalmente.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Mãos: o que fazemos com elas

O príncipio da incerteza, 1944
René Magritte (Bélgica, 1898-1967)
Óleo sobre tela




Houve tempo em que brincávamos com as mãos fazendo as mais diversas sombras. Lembro-me de passar alguns dias de férias na casa de uma família amiga, era um lugar longínquo. Chegávamos de trem até a estação mais próxima. Não havia eletricidade. Lampiões eram acesos assim que o sol ia se pondo. Havia lampiões em todo canto, na varanda que circundava a casa em três lados e dentro de casa. Na varanda eram dependurados, de quando em quando, dos vergalhões que sustentavam o telhado, de telhas louçadas com decoração em azul e branco. A casa de um andar só era rústica, e dependíamos de dosséis para nos livrarmos das mordidas de mosquitos e de todo outro tipo de inseto atraído para dentro de casa pela luz dos lampiões. Foi a primeira e última vez que dormi debaixo de um dossel e devo dizer, foi de grande efeito ainda que abafe um pouco o ar já quente e úmido do verão tropical. Lá, para passar o tempo das longas férias de verão, brincamos algumas noites de sombras com as mãos