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domingo, 25 de janeiro de 2015

São Paulo - 461 Anos

Fonte - Parque Ibirapuera

Estação da Luz - Museu da Lingua Portuguesa

Praça da República - Coreto

Av. Paulista sentido Consolação










Teatro Municipal

 Av. Paulista

Av. Ipiranga - Edifício Copan - Edifício Itália

 Catedral da Sé
Museu da Lingua Portuguesa


 MASP - Museu de São Paulo - Av. Paulista

Ponte Estaiada - Otávio Frias


Teatro Municipal













sábado, 24 de janeiro de 2015

São Paulo Antigo




Praça Ramos de Azevedo
Teatro Municipal
  
Vale do Anhangabaú - Viaduto do Chá













Mosteiro de São Bento
Catedral da Sé
Mercado Municipal Central
Avenida 9 de Julho
Av. Paulista sentido Consolação

 

quinta-feira, 24 de julho de 2014

As Palavras

Homem escrevendo, ilustração, Oliver Ray
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,

nas suas conchas puras?

Eugênio Andrade


terça-feira, 15 de julho de 2014

A Canção dos Tamanquinhos

Detalhe do quadro de Van Eyck, O noivado dos Arnolfini

Troc… troc… troc… troc…
ligeirinhos, ligeirinhos,
troc… troc… troc… troc…
vão cantando os tamanquinhos…

Madrugada. Troc… troc…
pelas portas dos vizinhos
vão batendo, Troc… troc…
vão cantando os tamanquinhos…

Chove. Troc… troc… troc…
no silêncio dos caminhos
alagados, troc… troc…
vão cantando os tamanquinhos…

E até mesmo, troc… troc…
os que têm sedas e arminhos,
sonham, troc… troc… troc…
com seu par de tamanquinhos…

Cecília Meireles

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Travessa

Lendo no bosque, Ferdinand Heilbuth ( França, 1828-1889) -
aquarela sobre papel com detalhes em guache, 24 x 33cm


Ai, por Deus, por vida minha!
Gosto de ti — gosto tanto

Dessa tua travessura

Que não dera o meu encanto,

Que não dera o meu gostar,

Nem por estrelas do céu,

Nem por estrelas do mar!

-

Alma toda de quimeras

Que acordou no paraíso

Vinda do leito de Deus;

E que rivais de teus olhos

Só tens dois olhoos — os teus!

Pareces mesmo criança

Que só vive e se alimenta

De luz, amor e esperança.

Ave sem medo à tormenta

Que salta e palpita e ri;

Não sabes como, não sabes,

As travessas primaveras

Assentam tão bem em ti!

-

Assentam sim, como as asas

Assentam no beija-flor;

Como o delírio dos beijos

Em uma noite de amor;

Como no véu que se agita

De beleza adormecida

A brisa mole e sentida!

-

Foi por ver-te assim —  travessa

Que eu pus a minha esperança

No imaginar de criança

Dessa formosa cabeça…

Foi por ver-te assim. — Que os sonhos

Eu sei como os tem, eu sei,

Puros, lindos e risonhos,

Um coração novo e calmo

Onde a lei do amor — é lei;

Foi por ver-te assim, que eu venho

por em ti as fantasias

De meus peregrinos dias,

Como a esperança no céu;

Em ti só, que és tão louquinha,

Em ti só por vida minha!

(1859) Machado de Assis

sábado, 12 de julho de 2014

Meio-dia

Paisagem de Santo Amaro, década de 1920 - Anita Malfatti ( Brasil, 1889-1964)
Óleo sobre madeira, 31 x 42 cm - Coleção Particular   

Meio dia. A abrasada calmaria

No amplo manto de fogo a mata esconde,
Na fornalha que envolve o meio-dia
O ouro do sol tempera o ouro da fronde.

Pesa o silêncio sobre a frondaria…

Desponta o rio não se sabe donde.
Só, com a voz da mata, em agonia,
Uma cigarra zine e outra responde…

É o grito humano que da natureza
Sobe ao tranquilo azul da imensidade,
Ungido de amargura e de incerteza…

Querem chorar as árvores sem pranto
E as cigarras ao sol clamam piedade
Para suas irmãs que sofrem tanto!


Olegário Mariano
Do livro: Últimas Cigarras, 1920.

domingo, 6 de julho de 2014

Mãos: o que fazemos com elas - 03












 













Guido Daniele, nasceu na República Checa em 1950, mas mora e trabalha em Milão. Frequentou o Liceu de Arte de Brera de 1964 a 1968. Depois fez o curso de escultura na Academia de Belas Artes de Brera de 1968 a 1972. De 1972 a 1974 frequentou a escola tibetana Tankas em Dharamsala na Índia. Começou sua carreira de artista visual com exposições solo e coletivas a partir de 1968. Em 1990 adicionou à sua experiência a técnica da pintura corporal pintando o corpo de modelos para fotos, filmes de publicidade, eventos. Com isso conseguiu unir as tradicionais técnicas do retrato, da pintura a óleo e da fotografia, trazendo para elas o conhecimento que tem da escultura, do objeto tridimensional. Em 2000 começou a sua obra MANI ANIMALI [mãos animais] que o projetou internacionalmente.

sábado, 5 de julho de 2014

Mãos: o que fazemos com elas - 02






















Guido Daniele, nasceu na República Checa em 1950, mas mora e trabalha em Milão. Frequentou o Liceu de Arte de Brera de 1964 a 1968. Depois fez o curso de escultura na Academia de Belas Artes de Brera de 1968 a 1972. De 1972 a 1974 frequentou a escola tibetana Tankas em Dharamsala na Índia. Começou sua carreira de artista visual com exposições solo e coletivas a partir de 1968. Em 1990 adicionou à sua experiência a técnica da pintura corporal pintando o corpo de modelos para fotos, filmes de publicidade, eventos. Com isso conseguiu unir as tradicionais técnicas do retrato, da pintura a óleo e da fotografia, trazendo para elas o conhecimento que tem da escultura, do objeto tridimensional. Em 2000 começou a sua obra MANI ANIMALI [mãos animais] que o projetou internacionalmente.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Mãos: o que fazemos com elas - 01



Não, não eram sombras. Mas mãos pintadas fazendo animais ou outras cenas. Achei-as muito criativas. São obras do artista italiano Guido Daniele de Milão. Sua breve biografia encontra-se no final. Coloco aqui algumas das imagens que recebi. É possível que você também já tenha recebido essas fotos, já que essas coisas são virais, se esse for o caso, reveja-as.

Bom Feriado...












Todos os trabalhos são de Guido Daniele.





 









Guido Daniele, nasceu na República Checa em 1950, mas mora e trabalha em Milão. Frequentou o Liceu de Arte de Brera de 1964 a 1968. Depois fez o curso de escultura na Academia de Belas Artes de Brera de 1968 a 1972. De 1972 a 1974 frequentou a escola tibetana Tankas em Dharamsala na Índia. Começou sua carreira de artista visual com exposições solo e coletivas a partir de 1968. Em 1990 adicionou à sua experiência a técnica da pintura corporal pintando o corpo de modelos para fotos, filmes de publicidade, eventos. Com isso conseguiu unir as tradicionais técnicas do retrato, da pintura a óleo e da fotografia, trazendo para elas o conhecimento que tem da escultura, do objeto tridimensional. Em 2000 começou a sua obra MANI ANIMALI [mãos animais] que o projetou internacionalmente.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Mãos: o que fazemos com elas

O príncipio da incerteza, 1944
René Magritte (Bélgica, 1898-1967)
Óleo sobre tela




Houve tempo em que brincávamos com as mãos fazendo as mais diversas sombras. Lembro-me de passar alguns dias de férias na casa de uma família amiga, era um lugar longínquo. Chegávamos de trem até a estação mais próxima. Não havia eletricidade. Lampiões eram acesos assim que o sol ia se pondo. Havia lampiões em todo canto, na varanda que circundava a casa em três lados e dentro de casa. Na varanda eram dependurados, de quando em quando, dos vergalhões que sustentavam o telhado, de telhas louçadas com decoração em azul e branco. A casa de um andar só era rústica, e dependíamos de dosséis para nos livrarmos das mordidas de mosquitos e de todo outro tipo de inseto atraído para dentro de casa pela luz dos lampiões. Foi a primeira e última vez que dormi debaixo de um dossel e devo dizer, foi de grande efeito ainda que abafe um pouco o ar já quente e úmido do verão tropical. Lá, para passar o tempo das longas férias de verão, brincamos algumas noites de sombras com as mãos

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Céu Azul

Cartão postal, 1928 - Tarsila do Amaral (Brasil, 1886-1973) - óleo sobre tela,  127 x 42 cm

-
Céu azul de minha terra,
de minha terra natal
que eu amo e estremeço tanto…
Com tua beleza e encanto,
que tanta grandeza encerra,
não há no mundo outro igual!
-
Céu azul de minha terra,
da terra de Santa Cruz
que a alma estrangeira encanta,
onde o Cruzeiro do Sul,
como um diadema de luz,
é uma bênção sacrossanta!
-
E ao ver este céu sem par
– azul da cor da pureza,
tão cehios de encantos mil
que nenhum outro suplanta,
– a gente fica a cismar:
-
Com certeza
o manto da Virgem Santa
foi talhado de um retalho
do lindo céu do Brasil!


Roberto de Almeida Júnior

sábado, 28 de junho de 2014

Minha terra


Todos cantam sua terra
Também vou cantar a minha
Nas débeis cordas da lira
Hei de fazê-la rainha.
– Hei de dar-lhe a realeza
Nesse trono de beleza
Em que a mão da natureza
Esmerou-se em quanto tinha.
-
Correi pras bandas do sul:
Debaixo de um céu de anil
Encontrareis o gigante
Santa Cruz, hoje Brasil.
– É uma terra de amores,
Alcatifada de flores,
Onde a brisa fala amores
Nas belas tardes de abril.
-
Tem tantas belezas, tantas,
A minha terra natal,
Que nem as sonha o poeta
E nem as canta um mortal!
– É uma terra encantada
– Mimoso jardim de fada –
Do mundo todo invejada,
Que o mundo não tem igual.                                                                                                             

Casimiro de Abreu
Paisagem com touro, 1925 Tarsila do Amaral
( Brasil, 1886 – 1973)
óleo sobre tela, 52 x 65 cm Coleção Particular
 

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Canção





















 
 Mulata, s/d
Di Cavalcanti (Brasil, 1897-1976)
Óleo sobre tela.

 

CANÇÃO 

                               Gonçalves Crespo

                                                            A Bernardino Machado


                              I
Mostraram-me um dia na roça dançando
Mestiça formosa de olhar azougado,
Co’um lenço de cores nos seios cruzado,
Nos lobos de orelha pingentes de prata.
               Que viva mulata!
                Por ela o feitor
Diziam que andava perdido de amor.


                             II
De entorno dez léguas da vasta fazenda
A vê-la corriam gentis amadores,
E aos ditos galantes de finos amores,
Abrindo seus lábios de viva escarlata,
                 Sorria a mulata,
                 Por quem o feitor
Nutria quimeras e sonhos de amor.


                           III
Um pobre mascate, que em noites de lua
Cantava modinhas, lunduns magoados,
Amando a faceira dos olhos rasgados,
Ousou confessar-lhe com voz timorata…
                 Amaste-o, mulata!
                 E o triste feitor
Chorava na sombra perdido de amor.


                           IV
Um  dia encontraram na escura senzala
O catre da bela mucamba vazio;
Embalde recortam pirogas o rio,
Embalde a procuram nas sombras da mata.
                 Fugira a mulata,
                 Por quem o feitor
Se foi definhando, perdido de amor.  




Em: Obras Completas, Gonçalves Crespo, Livros de Portugal, s/d, Rio de Janeiro.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Menina lendo



























Menina lendo, 1978
Aldemir Martins ( Brasil, 1922-2006)
acrílica sobre tela, 90 x 116 cm
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Pintor, gravador, desenhista, ilustrador. 
Em 1941, participa da criação do Centro Cultural de Belas Artes, em Fortaleza, com Antonio Bandeira, Raimundo Cela, Inimá de Paula e Mário Baratta, um espaço para exposições permanentes e cursos de arte. 

Três anos depois, a instituição passa a chamar-se Sociedade Cearense de Artes Plásticas – SCAP. Aldemir Martins produz desenhos, xilogravuras, aquarelas e pinturas. Atua também como ilustrador na imprensa cearense. 

Em 1945, viaja para o Rio de Janeiro, e, menos de um ano depois, muda-se para São Paulo, onde realiza sua primeira individual e retoma a carreira de ilustrador. 

Entre 1949 e 1951, freqüenta os cursos do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – Masp e torna-se monitor da instituição. Estuda história da arte com Pietro Maria Bardi e gravura com Poty Lazzarotto. 

Em 1959, recebe o prêmio de viagem ao exterior do Salão Nacional de Arte Moderna e permanece por dois anos na Itália. 
Desde o início da carreira sua produção é figurativa, e o artista emprega um repertório formal constantemente retomado: aves, sobretudo os galos; cangaceiros, inspirados nas figuras de cerâmica popular; gatos, realizados com linhas sinuosas; e ainda flores e frutas. 
Nas pinturas emprega cores intensas e contrastantes.

Aldemir Martins 
(Ingazeiras CE 1922 – São Paulo SP 2006).
Biografia: Escritório de Arte