Pra Marcelo Fromer
Ah! Essa dor lancinante
Essa "coisa" que atordoa a alma
E nos desconcerta
Mas que acalenta
Como uma singela canção de ninar.
Ah! Esses nossos sonhos
Que vão e se perdem pelo infinito
No horizonte inexorável
Daquilo que chamamos existência.
Ah! Os livros que não leremos
Os discos que jamais ouviremos
As bocas que esperarão inutilmente nosso beijo mais apaixonado
Perdemo-nos nas lembranças
Em falsas fotografias
Num intricado jogo de desejos vãos.
Ah! Falar e ocultar nossos amores
(Como era bom contê-los! Tão platônicos!)
Irresistíveis amores
Com suas dores exatas
Nossas perdas inevitáveis
Imponderáveis ilusões.
Ah! Como tudo dói
Profundamente
Num abismo
Num resumo patético de nossa vida
Dói porque é assim
Nada se pode fazer
Há uma resignação, finalmente.
Ah! Como é assustadoramente lógico
Como é tão indignamente racional
Dói
Numa sofreguidão sem fim
Na constatação "irracional"
De que é "só" isso
Mais nada.
Refugiamo-nos nas lembranças
Em sonhos à toa
Em recordações sem música
Sem volta
Na impossibilidade do reparo
Sem a chance para o arrependimento
Sem poder acordar
Como um vazio que fica
E que sempre esteve ali e aqui.
Ah! Como tudo é como é
Tão assim
Tão nada
Tão simplesmente porque é
Tão claro
Insuportavelmente óbvio.
Ah! O que nos resta então?
Talvez Chet Baker
Murmurando
Na dor intrínseca
Na ferida escancarada
Na saudade doída
Somewhere over the rainbow...
Ah! Quem sabe...
Carlos Villarruel (escrito em 13.6.2001; revisto em 20.11.2011)
Ah! Essa dor lancinante
Essa "coisa" que atordoa a alma
E nos desconcerta
Mas que acalenta
Como uma singela canção de ninar.
Ah! Esses nossos sonhos
Que vão e se perdem pelo infinito
No horizonte inexorável
Daquilo que chamamos existência.
Ah! Os livros que não leremos
Os discos que jamais ouviremos
As bocas que esperarão inutilmente nosso beijo mais apaixonado
Perdemo-nos nas lembranças
Em falsas fotografias
Num intricado jogo de desejos vãos.
Ah! Falar e ocultar nossos amores
(Como era bom contê-los! Tão platônicos!)
Irresistíveis amores
Com suas dores exatas
Nossas perdas inevitáveis
Imponderáveis ilusões.
Ah! Como tudo dói
Profundamente
Num abismo
Num resumo patético de nossa vida
Dói porque é assim
Nada se pode fazer
Há uma resignação, finalmente.
Ah! Como é assustadoramente lógico
Como é tão indignamente racional
Dói
Numa sofreguidão sem fim
Na constatação "irracional"
De que é "só" isso
Mais nada.
Refugiamo-nos nas lembranças
Em sonhos à toa
Em recordações sem música
Sem volta
Na impossibilidade do reparo
Sem a chance para o arrependimento
Sem poder acordar
Como um vazio que fica
E que sempre esteve ali e aqui.
Ah! Como tudo é como é
Tão assim
Tão nada
Tão simplesmente porque é
Tão claro
Insuportavelmente óbvio.
Ah! O que nos resta então?
Talvez Chet Baker
Murmurando
Na dor intrínseca
Na ferida escancarada
Na saudade doída
Somewhere over the rainbow...
Ah! Quem sabe...
Carlos Villarruel (escrito em 13.6.2001; revisto em 20.11.2011)
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